Produção de Tilápia e fatores para uma produção mais eficiente

A tilápia chegou ao Brasil em meados da década de 50 e foi através de uma empresa hidroelétrica de São Paulo, Light, que a espécie congolesa (Tilápia rendalli) foi introduzida experimentalmente no país. Nos anos 70, foi introduzida a tilápia do Nilo (Oreochromis sp), pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), que tinha como objetivo o peixamento dos grandes açudes da região nordeste para a produção de alimentos. Já no final dos anos 90, sua versão geneticamente melhorada, a Tilápia Tailandesa (Oreochromis niloticus), chegou em território nacional e conseguiu os melhores resultados no quesito adaptabilidade as águas tropicais e subtropicais.

A produção da tilápia é a maior entre os peixes cultivados no Brasil, ultrapassando a marca de 400 mil toneladas, o que representa cerca de 54,4% da produção brasileira de peixes de cultivos em 2018. Dentre os estados brasileiros com maiores produções da espécie em 2018, o Paraná lidera o ranking com uma produção aproximada das 123.000 toneladas. São Paulo é o segundo colocado com uma produção em média de 69.500 toneladas, representando 95% da produção dos peixes do estado. Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia compõem o restante dos cinco maiores produtores.

Em cenário mundial, a espécie está em segundo lugar dentre os peixes mais consumidos do planeta, estando presente em cinco continentes (Ásia, África, Europa, América do Norte e Sul). Sua produção chegou a atingir 4,5 milhões de toneladas em 2018. O constante crescimento da produção de tilápias se deu graças às evoluções tecnológicas da biotecnologia e do melhoramento genético, com destaque para a reprodução artificial avançada em países como China, Japão, Índia, Tailândia e Egito. O Brasil ficou em 4º lugar no ranking de produção de tilápia em 2018 de acordo com dados da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

São diversos os fatores que fazem da tilápia um peixe de boa aceitação no mercado. Esses animais podem ser criados em lagoas, lagos, estuários, rios e cativeiro. Os sistemas intensivos e superintensivos estão entre os preferenciais dos produtores. Esta espécie se destaca pela facilidade de criação, adaptabilidade, precocidade, resistência a doenças, prolificidade e sabor de sua carne. Além disso, a espécie é utilizada na indústria farmacêutica e na produção de artefatos de couro.

Segundo um estudo de caso (FRASCA-SCORVO et al. 2019), notou-se que a criação de tilápia em tanques-rede, em propriedades rurais no leste de São Paulo, se torna cada vez mais uma atividade promissora para geração de renda. Mas é claro, assim como em todo tipo de produção, Boas Práticas de Manejo (BPM) são fundamentais para a obtenção de bons resultados na área. Algumas práticas que obtiveram resultados neste estudo são: o uso de tilápia geneticamente melhoradas, uma taxa de lotação de 100 a 150 peixes/m³ (produtividade média de 70 kg/m³) e utilização de ração comercial contendo 32% de PB com fornecimento duas vezes ao dia por 7 dias por semana.

Outro fator importante para a obtenção de um bom rendimento zootécnico é a atenção à qualidade dos alevinos. a. Alevinos de boa procedência são de suma importância a fim de se obter uma produção homogênea e saudável. É nesta fase da vida dos peixes que estes estão mais susceptíveis a infestações parasitárias (VALLADÃO et al., 2013), e isso pode ocasionar considerável mortalidade nos períodos de incubação e berçário. Esses aumentos de infestações são observados principalmente quando há estresse por baixas temperaturas, manejo inadequado, alta densidade populacional e baixa qualidade da água (SILVA, 2016).

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